segunda-feira, 28 de junho de 2010

- Mais um ano que se passa...


...Mais um ano sem vocês.
Aniversariar é, acima de tudo, olhar para o passado e ver tudo o que se foi. E sentir saudade de cada pessoa que não é mais tão próxima, cada uma daquelas que você jamais desejou se separar, mas que os anos se encarregaram disso. Aquelas que você gostaria de ter à sua volta com o mesmo calor de outrora.

Já não tenho a mesma idade,
envelheço na cidade...
E crescer. Sentir que já não pode mais fazer as mesmas coisas, que as pessoas não te veem mais da mesma forma. Que a cada ano você deixa para trás um pedaço de si, mas a essência permanece para que se criem novos pedaços que constituirão os anos seguintes.

Essa vida é jogo rápido
para mim ou pra você
E percebemos que o tempo é realmente algo efêmero. Os anos passam, as pessoas amadurecem, modificam-se e morrem. O "tudo" consiste nesse ínterim. Cheguei aos vinte e dois ainda presa aos quinze. Acho que o tempo correu à minha frente.

Mais um ano que se passa,
e eu não sei o que fazer
E tememos que os anos nos modifique e molde à sua maneira. Tememos perder a inocência ou ficarmos demasiadamente racionais. Tememos crescer.

Juventude se abraça,
se une pra esquecer
Mas enquanto tivermos com quem se unir e a quem amar, que os anos passem, que envelheçamos!

Um feliz aniversário,
para mim ou pra você
Porque todos nós passaremos pelas mesmas fases, de uma ou outra forma.

Feliz aniversário,
envelheço na cidade...

Meus amigos, minha rua...
As garotas da minha rua...
Não os sinto, não os tenho,
Mais um ano sem vocês
Os rostos que me passaram pela infância já são vultos. As vozes, sons indefinidos. A casa em que morei já não existe, a rua é modificada. Ninguém mais se lembra de ninguém. Parece que já tenho cinquenta anos, mas não. É que as pessoas se esquecem com um curto intervalo de tempo. Mas existem outras que são indeléveis, e essas ficarão até o fim.

As garotas desfilando,
os rapazes a beber
Um dia tudo o que achávamos divertido perde a graça, e por isso achamos que estamos velhos. Mas será que realmente teve graça um dia certas futilidades? Ou por conta delas perdemos aquilo que realmente importa?

Já não tenho a mesma idade,
não pertenço a ninguém
É aquela história do "estar só em meio a uma multidão", do querer ter alguém com quem envelhecer junto.

Mas chega dessa palavra, envelhecer. Olhando pelo lado bom, foi um ano de experiências adquiridas, de risadas com os amigos, de lágrimas bobas e de histórias para contar. E um ano novinho começou para mim, com todas as suas promessas. Aproveitar enquanto é tempo! E há muito tempo ainda!

Um feliz aniversário para mim ou pra você...

(Música do Ira!, Envelheço na Cidade)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Pra frente, Brasil!


Ruas pintadas, bandeiras, camisas e as cores de nossa Pátria por todos os lados.
Copa do mundo...
O acontecimento que, de quatro em quatro anos, faz com que o brasileiro lembre de ser brasileiro. Mas e antes? E depois?
Vestir a camisa e morrer de orgulho pela Pátria é lembrar de nossos compatriotas que passam fome? De nossas crianças que não têm acesso à educação? E quanto aos jovens viciados, à pobreza, ao desvio de verba pelos políticos? Uma boa pedida seria ir de verde e amarelo às urnas e não se limitar às pesquisas, mas pra quê? O Brasil nunca vai mudar mesmo, não é? Mas sempre dá-se o famoso jeitinho brasileiro...
Pois bem... Não é que eu seja contra a comemoração — embora torça para Portugal, eu não deixo de assistir aos jogos, torcer e gritar pelo Brasil, se necessário, chorar também. Mas o ufanismo, comigo não rola. Não consigo esquecer que, enquanto eu estou assistindo ao jogo embaixo das cobertas, há uma quantidade bem considerável de crianças sofrendo com o frio desse inverno.
Ah, Jéssica, para de ser chata e curte o clima da copa!
Não consigo, cara, juro que tento, mas não consigo. A minha hipocrisia não chega a ser tão grande para amar a Pátria só de quatro em quatro anos, quando o Brasil mostra o melhor que tem.
Mas enfim...
Foi só um desabafo. Boa sorte para o Brasil =)
E vamos às urnas!